Aspectos Clínicos
Por Dra. Luiza D. Perini
Médica, Especialista em Gastroenterologia
A pancreatite crônica é caracterizada por alterações na função do pâncreas (função digestiva e/ou secreção de insulina) e alterações estruturais no pâncreas visíveis em exames de imagem (radiografia, tomografia, ressonância ou ultrassom endoscópico). No entanto, muitas das características clínicas da pancreatite crônica demoram a se manifestar e podem estar ausentes nos estágios iniciais da doença.
A dor abdominal é o sintoma mais comum na pancreatite crônica. É mais comumente sentida na região epigástrica (região superior do abdome) e frequentemente irradia para as costas, podendo apresentar episódios de piora após a refeição. Enquanto alguns pacientes podem sentir dor com exacerbações periódicas, outros apresentam dor intensa e contínua. Náusea, vômito e anorexia são comumente associados à dor. Perda de peso também é um sintoma que pode estar presente na pancreatite crônica.
A esteatorreia (gordura nas fezes) caracterizada por fezes oleosas ou flutuantes devido à má digestão de gordura também é um sintoma de pancreatite crônica, no entanto ela desenvolve-se tardiamente quando aproximadamente 90% da capacidade secretora exócrina pancreática está perdida. Esse grau de dano leva tempo para acontecer, sendo uma consequência de pancreatite crônica de longa duração (geralmente > 5 a 10 anos).
Frequentemente, paciente com pancreatite crônica desenvolvem deficiências de vitaminas, em particular da vitamina D, o que aumenta o risco de doenças ósseas metabólicas como osteopenia e osteoporose. As deficiências de vitaminas solúveis em água e oligoelementos são menos comuns, mas podem ocorrer quando a ingestão alimentar é limitada ou inadequada.
Embora a maioria dos pacientes com pancreatite crônica tenha sintomas significativos, um pequeno subgrupo de pacientes com pancreatite crônica pode não ter sintomas ou consequências clínicas identificáveis. Nesses pacientes, o diagnóstico de pancreatite crônica pode ser feito incidentalmente através de exames de imagem muitas vezes realizados por outro motivo.
A pancreatite crônica está associada a uma variedade de complicações. As complicações mais comuns incluem consequências relacionadas à chamada insuficiência exócrina (esteatorreia, má digestão, osteopenia e osteoporose) e diabetes pancreatogênica. Além disso pode ocorrer complicações como pseudocisto no pâncreas, obstrução dos ductos do pâncreas, risco aumentado de neoplasia.
Dra. Luiza D. Perini é Médica, Especialista em Gastroenterologia pela Federação Brasileira de Gastroenterologia, Membro da diretoria da Acelbra-SC (Associação Brasileira dos Celíacos de Santa Catarina). Também é membro da Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia, membro do Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil (GEDIIB) e International Member of the merican Pancreatic Association (APA).
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